Em diversos momentos, afirmei sobre a existência de vários fatores externos – para além da incompetência administrativa dos dirigentes – que transformaram neste lixo estrutural que hoje é o Esporte Clube Bahia. A memória me dá conta aqui de alguns, a exemplo do culto ao personalismo que paira na FBF ao longo dos anos; da indiferença por parte da CBF e da pesada mídia do Sul Maravilha com o futebol nordestino; além da famigerada Lei Pelé, que praticamente liquidou a oportunidade de crescimento de clubes que basicamente sobreviviam da comercialização dos direitos federativos dos atletas emergidos em suas divisões de base, favorecendo a partir de então, os grandes empresários, que passaram a ficar com a maior fatia do bolo. Tudo isso leva a concluir que os infortúnios que abatem o Bahia têm lá a sua ajuda “por fora”. Mas não podemos perder de vista que em pelo menos 80% das causas estão mesmo dentro dos muros do Fazendão, mais precisamente nas mãos e cabeças dos homens que ainda insistem em ter o Bahia como um brinquedo de suas propriedades.
Mas nas linhas que se seguem, é importante abordar um outro fator externo que vem contribuindo, e muito, para o já conhecido enxovalhamento tricolor ao longo das últimas décadas: refiro-me a atuação da imprensa esportiva radiofônica da Bahia. E por que não discutir as outras mídias? A resposta é elementar: os programas esportivos de TV., devido ao curto espaço de tempo, costumam priorizar os assuntos por um viés jornalístico, embora vez por outra costuram alguns enfoques analíticos. Jornais, revistas, e algumas home pages trabalham com as duas vertentes (informação e análise), e de forma que chega até se aproximar do contexto real dos fatos, bem porque está direcionada a um público menor, concentrado nas camadas intelectuais, nas classes economicamente distantes do segmento popular, que além do acesso a conteúdos perto do imparcial, ainda podem interativizar as informações recebidas.
Já com o rádio a situação é simetricamente oposta. Veículo de alcance direto às massas (não esqueçamos de que há ainda famílias nos grandes centros, e até cidades inteiras que estão alijadas das imagens de TV, por exemplo), passou toda a sua história apostando na idiotização das massas, de forma a prevalecer a ideologia dominante. E com o esporte, e particularmente nos movimentos que terminaram por qualificar o futebol baiano – e especialmente o Esporte Clube Bahia – em linguagens amadorísticas, não seria diferente.
Mas, para que o leitor perceba melhor a parcela de contribuição daqueles que hoje se intitulam “formadores de opinião” (eu trocaria o termo para manipuladores de consciências) quanto ao rebaixamento institucional do Bahia, é necessário antes um recuo histórico, discutindo em linhas gerais, o processo do uso do rádio para a idiotização dos indivíduos, Brasil afora. Tal fato ocorreu a partir da década de 1930, quando houve incentivos para o fortalecimento deste meio de comunicação, visando o estímulo à arte popular. Com o poder do contato direto e irrestrito a ouvintes de diversas camadas sociais, o governo populista de Getúlio Vargas forjava a crença na preocupação das autoridades quanto aos problemas do país, enquanto o povo se divertia com a massificação de aparatos culturais alienantes. Vargas apenas acompanhou a tendência de outros grandes líderes da época, como Hitler, Stalin e Roosevelt, que utilizaram as ondas do rádio, no intuito de propalar suas bases ideológicas e, concomitantemente, lapidar seus índices de aceitação perante o grande contingente, através do atrofiamento da capacidade crítica dos indivíduos. O uso da “Hora do Brasil” (hoje “A Voz do Brasil”) – criado em pleno Estado Novo (1939) – é produto deste tipo de estelionato cognitivo.
Os anos se passaram e, apesar do rádio ter cedido a sua pujança à TV., o seu papel ideológico continuou e continua inalterado. Prova disso é que as estações ajudaram, para ficarmos no esporte, na difusão da propaganda do regime militar, quando Médici aproveitou a conquista do tri mundial, para utilizar os elementos do futebol no intuito de mascarar seus genocídios e perseguições, e ao mesmo tempo, mostrar para o mundo a imagem de um Brasil em pleno desenvolvimento, com o seu povo ordeiro e na mais completa felicidade. O rádio também foi peça importante na propagação dos famosos coronéis-dirigentes antecessores às pragas maracajianas a partir da década de 1960, bem como o lançamento destes na política, tendo como meios, os holofotes atraídos para os clubes que comandavam. Uns enxergam as idéias propaladas por Osório Villas Boas no seu livro “Futebol, Paixão e Catimba” como folclóricas; outros vêem como procedimento adequado à sua época; Há também quem observe como uma patacoada, um atentado a ética desportiva. Mas o certo que aqueles conteúdos encontraram no rádio o abrigo certo para a alimentação de tal polêmica, sob a anuência / conivência dos cronistas, muitos deles ainda hoje em atividade, fingindo que o assunto não é com eles.
Tais raciocínios ajudam a explicar algumas causas que impeliram, não na decadência, mas na estagnação do rádio, enquanto outras mídias estão em acelerado processo de mudanças, ainda que passíveis de criticas contundentes. Em meio a série de reportagens produzidas pelo Jornal A TARDE em 2006, sobre a interminável crise tricolor, o periódico foi de uma felicidade incrível quando afirmou que “a imprensa baiana [hoje] (...) é a mesma ou pouco reformulada, daquela que vangloriava o time campeão de 1988” (A TARDE E.C – 08.12.2006, Pág. 6), isto é, as mesmas peças humanas estão aí, pelos microfones da vida, dizendo as bobagens que já estamos acostumados a ouvir todos os dias. Mas não acredito que seja por incompetência pessoal, e sim por conveniência – embora haja certo chefe de equipe esportiva de uma emissora das bandas do Garcia que, ao abrir a boca, se constitui sem dúvidas, numa verdadeira agressão aos estudantes de comunicação da FACOM / UFBA, ou recém formados que lutam por seu lugar ao sol.
A conveniência que interpreto no comportamento de boa parte da crônica esportiva do rádio na idiotização dos torcedores, em especial do Esporte Clube Bahia, tem a ver com as articulações com os dirigentes, no religioso pagamento do “jabá”, isto é, as viagens, as hospedagens em hotéis de luxo, os almoços, tudo em troca de um ridículo silêncio em momentos graves, como o que ora vivemos. Pobres espíritos! Poderiam abdicar desse conluio mediocre para o anestesiamento das massas, em prol do crescimento do futebol da Bahia, e por conseqüência, da valorização deles mesmos profissionalmente. Ao invés de abrir autênticas mesas redondas para falar de frente com o torcedor sobre o que ocorre sem mascaras, insistem em suas quase quatro horas diariamente distribuídas em resenhas / transmissões esportivas discutindo e lamentando futilidades, do tipo “fulano está com o pezinho doendo e é grande dúvida para domingo”. Reparem que nesses programas valorizam-se certas atitudes, como perguntas a jogadores e comissão técnica de respostas previsíveis (como o setorista que indaga ao atleta se está contente com a vitória ou triste com a derrota do seu time – quanta saudade de João Saldanha, para dar a resposta condizente!), repetições de raciocínios (pífios) em diversos momentos na mesma programação, quando não estão contendo a fúria dos incautos com propostas vazias, do tipo “ vamos esperar que o Bahia alcance o seu objetivo em campo. Os jogadores precisam de tranqüilidade. Quando acabar o campeonato, aí sim, é hora de todos sentarmos à mesa para discutirmos a administração do clube”, numa manjada artimanha, cujo objetivo é tão somente a blindagem dos “eternos”, apostando no esquecimento dos problemas empurrando-os com a barriga, a cada vitória inexpressiva, sobejamente comemorada contra adversários de igual teor.
A motivação maior quanto as tradicionais compra de consciências de cronistas do rádio pelos cartolas é o reforço em suas perpetuações nas delícias do poder. É por isso que um grupo de torcedores que protestam – mesmo que pacificamente – contra o atual estado de coisas, são sempre taxados pelos “formadores de opinião” de sanguessugas, baderneiros, falsos tricolores, que querem tumultuar, liquidar com a vida da agremiação. Os bons e verdadeiros tricolores para eles são aqueles cordeirinhos, como o cidadão que anda por todos os microfones dizendo que “o Bahia vai ser campeão da Copa do Brasil, campeão baiano, brasileiro e da Libertadores”, ainda que os próprios entrevistadores que se divertem com suas declarações, tenham plena certeza da inviabilidade material e moral para esta façanha, pelo menos neste instante. Bons e verdadeiros tricolores são aqueles que crêem nas rotineiras humilhações, não como fenômeno racional (péssimo planejamento administrativo), mas como fenômeno mágico (“foi porque Deus quis assim”; “foi porque o Bahia jogou com a camisa azul, quando deveria ser com a branca”, etc.). Quem não já teve o constrangimento ao perceber seu raciocínio interrompido quando eles permitem com reservas a participação do ouvinte ao telefone – numa tentativa de camuflar uma pseudodemocracia em seus programas – no momento em que idéias vão de encontro ao forjamento da realidade, como eles sempre fazem?
Todos esses movimentos supracitados são acrescidos de uma carga considerável de sensacionalismo, tudo em nome da blindagem dos “eternos”. Lembro como exemplo o comportamento da equipe esportiva de uma emissora de rádio localizada na Federação, que após o fatídico jogo entre Bahia x Vila Nova em 2007, esqueceu momentaneamente os impactos da tragédia, para exaltar a importância do ex-dirigente – recentemente preso pela Polícia Federal durante a Operação “jaleco Branco” – para a ascensão do Bahia à Série B).
Em suma, há de se acreditar no contributo significativo da imprensa radiofônica, nesta caminhada do Bahia ao poço cada vez mais sem fundo – e com métodos produzidos historicamente. O clube vive mergulhado em dívidas e escândalos, mas está sempre agradando “formadores de opinião”, narradores, setoristas, tudo isso para que estes prepostos levem aos incautos a idéia bizarra de que os vexames, as improbidades de décadas são resultantes apenas de uma escalação errada do treinador, da falta de condicionamento técnico / físico do elenco atual. Caso contrário – o de não ser possível alimentar o bolso desses homens de comunicação – aí para os “eternos”, há o iminente perigo de os cronistas tomarem um banho de conscientização repentina, passando a defender o óbvio: de que o Bahia, ou melhor, o futebol da Bahia, precisa urgentemente de uma revolução no gramado, nas pessoas e nas idéias.
Mas nas linhas que se seguem, é importante abordar um outro fator externo que vem contribuindo, e muito, para o já conhecido enxovalhamento tricolor ao longo das últimas décadas: refiro-me a atuação da imprensa esportiva radiofônica da Bahia. E por que não discutir as outras mídias? A resposta é elementar: os programas esportivos de TV., devido ao curto espaço de tempo, costumam priorizar os assuntos por um viés jornalístico, embora vez por outra costuram alguns enfoques analíticos. Jornais, revistas, e algumas home pages trabalham com as duas vertentes (informação e análise), e de forma que chega até se aproximar do contexto real dos fatos, bem porque está direcionada a um público menor, concentrado nas camadas intelectuais, nas classes economicamente distantes do segmento popular, que além do acesso a conteúdos perto do imparcial, ainda podem interativizar as informações recebidas.
Já com o rádio a situação é simetricamente oposta. Veículo de alcance direto às massas (não esqueçamos de que há ainda famílias nos grandes centros, e até cidades inteiras que estão alijadas das imagens de TV, por exemplo), passou toda a sua história apostando na idiotização das massas, de forma a prevalecer a ideologia dominante. E com o esporte, e particularmente nos movimentos que terminaram por qualificar o futebol baiano – e especialmente o Esporte Clube Bahia – em linguagens amadorísticas, não seria diferente.
Mas, para que o leitor perceba melhor a parcela de contribuição daqueles que hoje se intitulam “formadores de opinião” (eu trocaria o termo para manipuladores de consciências) quanto ao rebaixamento institucional do Bahia, é necessário antes um recuo histórico, discutindo em linhas gerais, o processo do uso do rádio para a idiotização dos indivíduos, Brasil afora. Tal fato ocorreu a partir da década de 1930, quando houve incentivos para o fortalecimento deste meio de comunicação, visando o estímulo à arte popular. Com o poder do contato direto e irrestrito a ouvintes de diversas camadas sociais, o governo populista de Getúlio Vargas forjava a crença na preocupação das autoridades quanto aos problemas do país, enquanto o povo se divertia com a massificação de aparatos culturais alienantes. Vargas apenas acompanhou a tendência de outros grandes líderes da época, como Hitler, Stalin e Roosevelt, que utilizaram as ondas do rádio, no intuito de propalar suas bases ideológicas e, concomitantemente, lapidar seus índices de aceitação perante o grande contingente, através do atrofiamento da capacidade crítica dos indivíduos. O uso da “Hora do Brasil” (hoje “A Voz do Brasil”) – criado em pleno Estado Novo (1939) – é produto deste tipo de estelionato cognitivo.
Os anos se passaram e, apesar do rádio ter cedido a sua pujança à TV., o seu papel ideológico continuou e continua inalterado. Prova disso é que as estações ajudaram, para ficarmos no esporte, na difusão da propaganda do regime militar, quando Médici aproveitou a conquista do tri mundial, para utilizar os elementos do futebol no intuito de mascarar seus genocídios e perseguições, e ao mesmo tempo, mostrar para o mundo a imagem de um Brasil em pleno desenvolvimento, com o seu povo ordeiro e na mais completa felicidade. O rádio também foi peça importante na propagação dos famosos coronéis-dirigentes antecessores às pragas maracajianas a partir da década de 1960, bem como o lançamento destes na política, tendo como meios, os holofotes atraídos para os clubes que comandavam. Uns enxergam as idéias propaladas por Osório Villas Boas no seu livro “Futebol, Paixão e Catimba” como folclóricas; outros vêem como procedimento adequado à sua época; Há também quem observe como uma patacoada, um atentado a ética desportiva. Mas o certo que aqueles conteúdos encontraram no rádio o abrigo certo para a alimentação de tal polêmica, sob a anuência / conivência dos cronistas, muitos deles ainda hoje em atividade, fingindo que o assunto não é com eles.
Tais raciocínios ajudam a explicar algumas causas que impeliram, não na decadência, mas na estagnação do rádio, enquanto outras mídias estão em acelerado processo de mudanças, ainda que passíveis de criticas contundentes. Em meio a série de reportagens produzidas pelo Jornal A TARDE em 2006, sobre a interminável crise tricolor, o periódico foi de uma felicidade incrível quando afirmou que “a imprensa baiana [hoje] (...) é a mesma ou pouco reformulada, daquela que vangloriava o time campeão de 1988” (A TARDE E.C – 08.12.2006, Pág. 6), isto é, as mesmas peças humanas estão aí, pelos microfones da vida, dizendo as bobagens que já estamos acostumados a ouvir todos os dias. Mas não acredito que seja por incompetência pessoal, e sim por conveniência – embora haja certo chefe de equipe esportiva de uma emissora das bandas do Garcia que, ao abrir a boca, se constitui sem dúvidas, numa verdadeira agressão aos estudantes de comunicação da FACOM / UFBA, ou recém formados que lutam por seu lugar ao sol.
A conveniência que interpreto no comportamento de boa parte da crônica esportiva do rádio na idiotização dos torcedores, em especial do Esporte Clube Bahia, tem a ver com as articulações com os dirigentes, no religioso pagamento do “jabá”, isto é, as viagens, as hospedagens em hotéis de luxo, os almoços, tudo em troca de um ridículo silêncio em momentos graves, como o que ora vivemos. Pobres espíritos! Poderiam abdicar desse conluio mediocre para o anestesiamento das massas, em prol do crescimento do futebol da Bahia, e por conseqüência, da valorização deles mesmos profissionalmente. Ao invés de abrir autênticas mesas redondas para falar de frente com o torcedor sobre o que ocorre sem mascaras, insistem em suas quase quatro horas diariamente distribuídas em resenhas / transmissões esportivas discutindo e lamentando futilidades, do tipo “fulano está com o pezinho doendo e é grande dúvida para domingo”. Reparem que nesses programas valorizam-se certas atitudes, como perguntas a jogadores e comissão técnica de respostas previsíveis (como o setorista que indaga ao atleta se está contente com a vitória ou triste com a derrota do seu time – quanta saudade de João Saldanha, para dar a resposta condizente!), repetições de raciocínios (pífios) em diversos momentos na mesma programação, quando não estão contendo a fúria dos incautos com propostas vazias, do tipo “ vamos esperar que o Bahia alcance o seu objetivo em campo. Os jogadores precisam de tranqüilidade. Quando acabar o campeonato, aí sim, é hora de todos sentarmos à mesa para discutirmos a administração do clube”, numa manjada artimanha, cujo objetivo é tão somente a blindagem dos “eternos”, apostando no esquecimento dos problemas empurrando-os com a barriga, a cada vitória inexpressiva, sobejamente comemorada contra adversários de igual teor.
A motivação maior quanto as tradicionais compra de consciências de cronistas do rádio pelos cartolas é o reforço em suas perpetuações nas delícias do poder. É por isso que um grupo de torcedores que protestam – mesmo que pacificamente – contra o atual estado de coisas, são sempre taxados pelos “formadores de opinião” de sanguessugas, baderneiros, falsos tricolores, que querem tumultuar, liquidar com a vida da agremiação. Os bons e verdadeiros tricolores para eles são aqueles cordeirinhos, como o cidadão que anda por todos os microfones dizendo que “o Bahia vai ser campeão da Copa do Brasil, campeão baiano, brasileiro e da Libertadores”, ainda que os próprios entrevistadores que se divertem com suas declarações, tenham plena certeza da inviabilidade material e moral para esta façanha, pelo menos neste instante. Bons e verdadeiros tricolores são aqueles que crêem nas rotineiras humilhações, não como fenômeno racional (péssimo planejamento administrativo), mas como fenômeno mágico (“foi porque Deus quis assim”; “foi porque o Bahia jogou com a camisa azul, quando deveria ser com a branca”, etc.). Quem não já teve o constrangimento ao perceber seu raciocínio interrompido quando eles permitem com reservas a participação do ouvinte ao telefone – numa tentativa de camuflar uma pseudodemocracia em seus programas – no momento em que idéias vão de encontro ao forjamento da realidade, como eles sempre fazem?
Todos esses movimentos supracitados são acrescidos de uma carga considerável de sensacionalismo, tudo em nome da blindagem dos “eternos”. Lembro como exemplo o comportamento da equipe esportiva de uma emissora de rádio localizada na Federação, que após o fatídico jogo entre Bahia x Vila Nova em 2007, esqueceu momentaneamente os impactos da tragédia, para exaltar a importância do ex-dirigente – recentemente preso pela Polícia Federal durante a Operação “jaleco Branco” – para a ascensão do Bahia à Série B).
Em suma, há de se acreditar no contributo significativo da imprensa radiofônica, nesta caminhada do Bahia ao poço cada vez mais sem fundo – e com métodos produzidos historicamente. O clube vive mergulhado em dívidas e escândalos, mas está sempre agradando “formadores de opinião”, narradores, setoristas, tudo isso para que estes prepostos levem aos incautos a idéia bizarra de que os vexames, as improbidades de décadas são resultantes apenas de uma escalação errada do treinador, da falta de condicionamento técnico / físico do elenco atual. Caso contrário – o de não ser possível alimentar o bolso desses homens de comunicação – aí para os “eternos”, há o iminente perigo de os cronistas tomarem um banho de conscientização repentina, passando a defender o óbvio: de que o Bahia, ou melhor, o futebol da Bahia, precisa urgentemente de uma revolução no gramado, nas pessoas e nas idéias.
IMAGEM: flickr.com/photos/rtppt/2548067339/