sexta-feira, 6 de novembro de 2009

RUY(M) ACCIOLY: O ANJO DA MORTE TRICOLOR

Ruy Accioly é um predestinado a semear desgraças no E.C. Bahia. Como não bastassem as suas péssimas atuações no controle do futebol do clube – inclusive provocando rebaixamentos em 1997, 2003 e 2005 – eis que aparece numa emissora de rádio dando declarações comprometedoras à reputação institucional tricolor. Isso leva a todos acreditarem que, muito mais que suas pretensões em se servir do Bahia como um cabide de emprego através da sanha pelo poder, Accioly se sente regozijado pela espetacularização do sofrimento da própria torcida. Isso mesmo! As agruras, os vexames vivenciados pela massa tricolor servem para ele como um divertimento pessoal. Infelizmente ele não será punido, até porque está encarregado de manipular cerca de trezentos bonecos de ventríloquos do Conselho Deliberativo para dizer sempre amém aos desmandos da sua diretoria executiva. Por isso, Accioly torna-se imprescindível às pragas maracajianas e guimaranianas. Mas uma censura pública seria o ideal, até mesmo como forma de mostrar, ao menos uma vez, que o Bahia tem um comandante de fato e de direito, o que na prática não ocorre.
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DE SANGUESSUGAS A BOBOS DA CORTE

“Vim aqui para mudar uma situação. Quando isso não é possível, é melhor uma troca de comando”. A frase do simpático técnico Sérgio Guedes pode servir de inspiração para as linhas que se seguem. E olha que ele não é culpado pelo estado de coisas a ridicularizar institucionalmente o Esporte Clube Bahia. Afinal, seria de uma enorme insanidade responsabilizar um treinador em dois meses e um gestor de futebol em apenas nove, pelo filme de terror que insiste em ser reprisado há mais de uma década. Mas este recurso ainda é sobejamente produzido por aqueles verdadeiramente culpados por sucessivos escândalos e vexames. Para eles é interessante a idéia, pois os livram da autoria desses bárbaros acontecimentos e forjam aos olhos dos incautos, a concepção bizarra na qual, as intermináveis crises administrativas são resultantes apenas de uma jornada infeliz, de uma escalação equivocada do comandante direto dos jogadores. E assim segue o ciclo: ano seguinte, renovam-se as esperanças (já na divisão inferior) e nada como uma temporada com alguns picos de três, quatro triunfos seguidos contra adversários pífios para conter a sanha da torcida – esta não mais ávida por títulos (ainda que nem ela mesma perceba isto), e sim por insignificantes agrados, como vencer BA-Vis (e torcer por tropeços do arqui-rival) e reavivar as glorias de um passado já distante (a exemplo da constante exaltação às estrelas já enferrujadas de campeão brasileiro).
E quanto aos déspotas de quinta categoria, em suas mentes corrosivas, até que reconhecem a necessidade de profundas mudanças, mas desde que sob o seu cetro. Eles se qualificam como agentes transformadores, mas na verdade se sentem sob risco de perda do tripé dinheiro-poder-holofotes, ao menor sinal de ameaça desses ditos “aventureiros”, “sanguessugas”, que ousarem a invadir seus palácios.
Alguns desses últimos, antes dispostos a permanecer na trincheira de luta por dias melhores, foram surpreendentemente cooptados pelos tiranos do palácio, no intuito de transformá-los em bobos da corte. E de tal forma que ameaçariam até a Chalaça no Paço Imperial, se neste mundo ele ainda estivesse. Os movimentos – vários deles batizados – em prol da modernidade, de vanguarda, foram cedendo espaço a declarações e atitudes vazias e estranhas, uma vez que as mãos encontram-se literalmente entrelaçadas às das “autoridades”, por conta de pequenos mimos, em detrimento de um objetivo maior. Um cargo aqui, um status de consultor ali, promessas de abertura democrática no falido reino tricolor (mesmo que seja só por brincadeira) foi a maneira vista como eficaz – bem a moda dos anos de “Futebol, Paixão e Catimba” – para garantir em momentos conturbados a paz que desejam os “monarcas”.
Mas não há problemas. Sábio é o povo quando diz que as boas maçãs são facilmente estragadas em contato com as podres. E quando se completar o processo de deterioração dos frutos, a atitude no mínimo decente a se esperar, é que os agora bobos do palácio tenham a grandeza de ao menos reproduzir – juntamente com as eternas forças do atraso – o gesto do técnico Sérgio Guedes, sintetizado no início desta redação. E que tenham merecido lugar no ostracismo, para o bem, e pelo resgate institucional tricolor.
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terça-feira, 22 de setembro de 2009

"NOVA" DIRETORIA, VELHOS VÍCIOS

Nove meses se passaram. Preferi me silenciar durante esse tempo, no intuito de evitar conclusões precipitadas. Foi melhor observar quieto as movimentações de bastidores, desde a eleição de Marcelo Filho até os dias recentes. Trata-se de um período que guarda em si algumas peculiaridades. Não no tocante ao tão esperado vento que sopre em direção à modernidade do Esporte Clube Bahia, porque tudo continua com a mesma melancolia de outrora, mas quanto ao estabelecimento de um inédito modo de preservação de sua espécie nas sombras do poder, priorizando o discurso do “novo”, da “jovialidade”, do “diferente”, de forma a ludibriar todos aqueles tricolores que se encontravam na trincheira de luta, visando ao restabelecimento da dignidade moral do clube. E a forma de como a coisa foi feita, nisso Marcelo e seus amigos que estão promovendo a sua pseudo-revolução, foram de uma astúcia sem precedentes.
Contratação de Paulo Carneiro (rubro-negro roxo, mas reconhecidamente um profundo conhecedor do futebol enquanto negócio), perspectivas de realinhamento do seu patrimônio físico (Sede de Praia, Fazendão...), promessas de eleições diretas no prazo de dois anos, planos de associação em massa, criação de um “Conselho Consultivo”, democratização no acesso aos balanços da agremiação, e o que é melhor: uma certeza quase que sobrenatural da presença tricolor na Série A em 2010, tendo como aperitivo a conquista do Baianão e uma participação honrosa na Copa do Brasil. Todos esses aspectos levaram a setores pertencentes aos maiores grupos oposicionistas a um estado de êxtase, vivendo num mundo de faz de conta, acreditando finalmente no ajustamento do Bahia nos trilhos do sucesso. Incrivelmente, na reunião que levou a aprovação do estatuto – documento com muitos pontos ainda obscuros – o comentário em geral no seio da imprensa esportiva, era de que não havia mais oposicionistas.
Este “mundo encantado” vivido por parte daqueles antes considerados sanguessugas, foi o suficiente para que ocorresse sem maiores problemas, por exemplo, as contratações e dispensas em atacado de atletas de procedência duvidosa; a queima de jovens promessas oriundas das divisões de base, que passaram a servir como tábua de salvação em meio ao grupo de profissionais. Continuaram também o incentivo à manipulação de consciências, que vibram com as alegrias momentâneas, enchendo estádio para ver vitórias pífias, contra adversários de igual teor. Enfim, a exaltação exaustiva ao passado, o olhar vago para o presente e as preocupações, no máximo, para o próximo jogo, ainda persiste. E o Bahia continua sendo um clube de futuro sombrio.
A falsa regularidade do elenco nos gramados – alternando alegrias fugazes e vexames incontestes – ajudavam a abafar a desconfiança de muitos, mas não o senso crítico de alguns, que enxergavam o óbvio: a temporada de 2009 não foi precedida de planejamento. Tudo o que aconteceu até aqui foi resultante de medidas pontuais, de forma que o aspecto particular não dialogasse com o todo. Prova disso é a falta de condições materiais que permitam o bom desempenho e melhor qualidade dos atletas. O departamento de marketing – motivo de chatota até mesmo entre aqueles que não compreendem claramente as suas atribuições – continua a espera de sua moralização, pois sequer apresenta eficácia quanto a venda de ingressos para os jogos do clube. O projeto de associação em massa ainda não decolou não se sabendo se por incompetência ou por conveniência. Nada foi feito nesses meses com vistas a arregimentar recursos de fora para dentro do futebol, regra básica para as grandes associações futebolísticas que se preze. E antes que alguém venha lembrar a produção cinematográfica, não custa perceber que hoje, os grandes clientes são os falsificadores, aqueles mesmos que vão piratear em milhares de cópias a partir de uma, para abastecer o mercado informal.
Chega a ser risível o projeto de eleições diretas em 2011 – se é que vai ter – com candidatos previamente escolhidos a dedo pelos bonecos de ventríloquos que estão confinados no Conselho Deliberativo. Na prática, é como se as pragas maracajianas e guimaranianas estivessem escolhendo os seus “adversários” no pleito vindouro. Isto é ou não um grande processo eleitoral?
E setores “jabazeiros” da imprensa estão com um bode, ou melhor, um carneiro expiatório pronto no forno assando, para tão logo se confirme mais uma péssima temporada do Bahia, no intuito de atenuar a fúria da torcida e a culpabilidade dos responsáveis há anos pelos intermináveis vexames. E num momento para eles muito favorável, pois seria a grande oportunidade de sepultar de vez a carreira do dirigente, que colecionou muitos desafetos no bojo da reestruturação do arqui-rival tricolor. Carneiro seria colocado como culpado de todas as desgraças em menos de doze meses, de todos os vícios que agonizam há mais de uma década. É como se ele desaprendesse aqui tudo o que fez nas cercanias de Canabrava. Ou para alguns, concretiza-se o sonho de destruição do Bahia, como declarou PC há alguns anos às vésperas de um BA-VI. Seria o momento de relembrar a sua responsabilidade na aquisição de nomes a serem esquecidos como Evaldo, Lima, etc., e ocultar sua autoria na aquisição de boas peças, a exemplo de Fernando, Marcelo, Nem, Jael e Nadson. O problema é que não há Paulo Carneiro que faça milagres diante de tamanha fragilidade em um clube carente de valores financeiros e inteligíveis em sua cúpula, haja vista que o “novo” presidente - encontra-se 90% do seu tempo passeando em Brasília e prefere aqui fazer o papel de Rainha Elizabeth – e sua “nova” diretoria – com seu pai de fora dos holofotes, mas funcionando como uma verdadeira eminência parda – continua com os mesmos vícios do passado.
Antes de finalizar a discussão, um fato começa a mobilizar – e preocupar – a torcida tricolor: trata-se da venda, desapropriação (ou doação, até aqui, ninguém sabe) da Sede de Praia. Causa estranheza a forma de como a negociação está sendo desenvolvida, com muitas das regras em desuso na atual conjuntura do mercado imobiliário. Não vou reprisar o que está sendo acordado, pois o assunto está sobejamente freqüentando os noticiários em toda a cidade. Apenas gostaria de conclamar a todos para uma profunda reflexão na hora de aprovarmos o projeto, enquanto membros da Assembléia Geral. Não vamos dizer amém passivamente aos interesses nebulosos de dirigentes em atitudes que provocam a confusão entre o público e o privado. Já bastam as vacas de presépio que compõem o Conselho Deliberativo, que prestam este papel com muita eficácia. É importante, antes de referendarmos o ato, observar se tudo o que estão dizendo, está devidamente documentado. E os curiosos com experiência na área jurídica, podem neste dia desempenhar uma atuação fundamental neste processo.
IMAGEM: (www.atarde.com.br/arquivos/2009/08/122102.jpg) . O atacante Jael pode ser considerado uma das poucas peças positivas da temporada de 2009. Mas ele é apenas um grão de areia em meio as dunas de humilhações que a diretoria tricolor vêm subetendo a sua torcida - dentro e fora das quatro linhas.