Antes de iniciarmos as discussões, é importante ressaltar que a foto ao lado não é mera ilustração para o tema extraída no “google” ou outros sites de buscas. Foi a maquete produzida no entendimento entre a própria diretoria tricolor e a Construtora Norberto Odebrecht na época. Reparem a suntuosidade do projeto, movimentado com a mesma intensidade que terminou sendo a enganação ao torcedor.
O ano de 1971 é indubitavelmente recheado de mistérios quanto aos fatos esportivos. De cara, dois assuntos são considerados proibidos pela crônica esportiva até hoje, mesmo com a indubitável lembrança, quando certos acontecimentos recentes ativam as memórias antigas. Um dos episódios tradicionalmente “esquecidos” em debates é o pânico ocorrido na reinauguração da Fonte Nova – em 04.03.1971, com ampliação de mais um anel, aumentando a capacidade de torcedores – cujos dados (oficiais) de vítimas é de 2 mortos e 2086 feridos. O desastre de novembro de 2007 obrigou apenas menções tímidas, de uma época em que os impactos da tragédia teriam que ser minimizados, pois estava em jogo a propaganda oficial do Regime Militar (contando com os elementos do futebol como instrumento de manipulação social), a imagem administrativa do governo de Luís Viana Filho (pois esta obra serviria como cartão postal em consultas futuras sobre sua gestão), além dos próprios anseios da imprensa em aproveitar a estrutura colossal do estádio (o 4º maior do país na época) para tentar alavancar o futebol baiano.
Ultimamente se assiste uma verdadeira via-crúcis do Bahia na procura de uma praça esportiva adequada para mandar seus jogos. Camaçari e Feira de Santana foram reprovados pela torcida. Já se cogitou o Estádio Lourival Batista (Aracaju), e até passou por humilhações ao solicitar, sem sucesso, o Manoel Barradas. Mas enquanto os “eternos” tricolores correm os pires, incrivelmente, ninguém “lembra” que em 1971, as vésperas da reinauguração da Fonte Nova, o Bahia chegou oficialmente anunciar a construção do seu estádio, numa área onde hoje estão instalados desde o Shopping Iguatemi, até os limites do terreno do Grupo Wall Mart, que controla a rede de supermercados Bompreço. Numa nota observada na edição de A TARDE em 06.05.1971 (Pág. 11), dava conta da existência de uma placa com anúncio no suposto local da edificação.
Uma leitura pelo Jornal da Bahia em sua edição de 23/24 de maio daquele ano, por exemplo, evidencia que tratava-se de uma obra grandiosa, capaz de um reordenamento no mapa das principais praças esportivas, não somente do Brasil, mas de todo o planeta. E não era de causar dúvidas quanto ao sucesso do empreendimento. Afinal, ao contrário de hoje, o Bahia não era um clube qualquer. A agremiação colhia os louros do reconhecimento no país, detentora da hegemonia no Norte-Nordeste. Onze anos apenas separava da noite de 29 de março de 1960, quando levantou o troféu da I Taça Brasil, sendo daí o primeiro a participar da Taça Libertadores da América. Não por acaso o Bahia, juntamente com o Santa Cruz (coincidentemente vivendo intermináveis crises institucionais na atualidade), eram as únicas associações nordestinas a marcarem presença anual no Torneio Roberto Gomes Pedrosa (o Robertão – espécie de campeonato brasileiro até 1971), o que levava a imprensa na época a tratar o Esporte Clube Bahia como uma espécie de embaixador do futebol baiano, num momento em que celebrava o seu quadragésimo aniversário. Estou até desenvolvendo um pensamento no qual, o Bahia pode ter sido o principal motivo para a rearrumação no ranking nacional iniciado neste mesmo ano pela antiga CBD (e ainda hoje em vigor), pois estava sendo densoroso para a paulistada e a cariocada tamanha coleção de pioneirismos cabendo a um clube do Nordeste, ofuscando certos méritos que poderiam abrigar, por exemplo, num Santos, num Botafogo, tão decantados em prosa e versos pelo mundo.
O estádio teria capacidade para 110.000 pessoas sentadas (perderia em tamanho apenas para o Maracanã) e o prazo para a execução da obra era de 23 meses. Ou seja: inauguração prevista para os primeiros dias de 1973. O que mais chama atenção na montagem desta engenharia é a forma inédita quanto a arregimentação de parceiros, praticamente sem ônus para o Esporte Clube Bahia. Conforme reportagem do Jornal A TARDE, em 14 de abril de 1971, na construção do “Estádio Tricolor” (termo inicialmente batizado para o projeto), caberia a construtora responsável (Norberto Odebrecht) a compra do terreno (na época custou Cr$ 6 milhões), a edificação do equipamento, e ainda a venda de cadeiras cativas, no sentido de garantir os recursos. Pelo acordo, os acentos (em torno de 10.000) seriam de propriedade da construtora, cujo comprador teria a posse vitalícia e hereditária, podendo-o vender, transferir, etc., em momento que julgar conveniente. Teria também 5.000 vagas exclusivas para automóveis, das quais 1.000 seriam vendidas ao público que, automaticamente, ganharia direito de exploração por uma década, e ainda a prioridade na renovação do vínculo, caso o prazo expirasse. Diz o periódico na data supracitada, alicerçado em declarações do então diretor de patrimônio do Bahia, Engº Hélio Pereira: “o clube escolheu um processo pioneiro para a construção do seu estádio. Enquanto o São Paulo F.C e o E.C Internacional empenharam-se diretamente na construção do Beira Rio e do Morumbi, com isto prejudicando outros setores de atividades, inclusive o nível do seu futebol, o Bahia preferiu aliar-se a uma empresa privada, com estrutura já montada para suportar equipamento de tal vulto”. Em outras palavras, a Construtora Norberto Odebrecht se preocuparia com a materialização do projeto, enquanto o Bahia – além de não gastar um tostão – continuaria com as suas atenções voltadas apenas para o futebol e outras modalidades esportivas.
Os jornais da época deixam em evidência que o então presidente do Bahia – ao contrário do que informa o site oficial tricolor, não sabendo se por engano ou conveniência – era Alfredo Saad, que posava de mecenas tricolor e, consequentemente do futebol baiano, mas que saiu do clube ainda em 1971 sob fortes acusações quanto a seus procedimentos administrativos, deixando o cargo para o seu sucessor, Manoel Inácio Paula Filho, cuja diretoria orbitava figuras já carimbadas nas hostes azul, vermelha e branca, a exemplo de Osório Villas Boas, Zezito Ramos, e um certo Paulo Virgilio Maracajá Pereira, futuro diretor de futebol, já no mandato de Wilson Trindade.
Existiam rumores de que o Governo da Bahia não apoiava a edificação do estádio, provavelmente porque, uma vez ativado, o “Estádio Tricolor” ofuscaria a recém reformada Vila Olímpica da Bahia, embora nenhum clube baiano ainda possuísse praça esportiva própria. Mesmo assim, o Jornal A TARDE de 6 de maio de 1971 noticia o encontro do Engº Norberto Odebrecht e diretores do Bahia com o então governador Antônio Carlos Magalhães, no qual ficou acordado o acionamento do prefeito Cleriston Andrade para autorizar burocraticamente o início dos trabalhos, além do batismo do estádio com o nome do governador. Uma grande campanha de lançamento a ser veiculada em todos os meios de comunicação de massa também foi prometida, onde a ajuda do torcedor seria peça fundamental (obviamente com a compra das cadeiras cativas e das vagas extras do estacionamento).
Em meio a essas pesquisas (centradas nos meses de fevereiro de 1971 até o início do ano seguinte) algo me causou profunda estranheza: enquanto o tempo ia passando no folheamento dos periódicos consultados, enquanto que o pobre torcedor ia provavelmente delirando com o anúncio do lançamento da pedra fundamental de uma obra que transformaria para sempre a história do seu clube, as notícias referentes ao tema iam gradativamente se esvaziando. O que se falava com grande estardalhaço no começo, aos poucos se resumia em pequenas notas de canto de páginas e, posteriormente, não mais se mencionando qualquer linha acerca do assunto. Dava-se como certo o início dos trabalhos das caçambas e tratores o mês de maio, depois julho, em seguida setembro, outubro, janeiro / 72... Ao final da consulta, a impressão era de que o assunto não existia.
Provavelmente o caro leitor deve estar esperando ansiosamente por um desfecho dessas linhas. Mas infelizmente este texto ficará inconcluso, até porque, a cada leitura nos periódicos da época iam se minguando as certezas e aumentando as dúvidas sobre este nebuloso episódio, ainda mais que, como dito anteriormente, o Bahia não gastaria um vintém nesta obra. Estou colocando o assunto em pauta visando o estímulo nas discussões. Continuo sempre que posso escarafunchando documentos na esperança de esclarecer algo que pode servir de somatório neste processo de decadência do clube. E peço a cada um de vocês a colaboração de importantes detalhes pra que possamos aqui montar o quebra-cabeças. É preciso o conhecimento, por exemplo, sobre o destino dos recursos com a provável venda de cadeiras cativas; se o Bahia foi compensado financeiramente pelo uso aleatório de sua marca; é de bom alvitre também a compreensão de como aquele terreno, de uma hora para outra, foi parar nas mãos dos representantes da Nacional Iguatemi, além do grupo liderado pelo Sr. Mamede Paes Mendonça; enfim, quaisquer detalhes que levaram ao silencio dos “eternos dirigentes”, dos “formadores de opinião”, da Construtora Norberto Odebrecht, do Estado da Bahia, dentre outros que certamente mudaram a trajetória de um processo que garantiria a auto-sustentabilidade financeira tricolor. Em outras palavras, não pretendo pôr fim a esta discussão, e sim volta-la em breve, com a contribuição de todos.
O ano de 1971 é indubitavelmente recheado de mistérios quanto aos fatos esportivos. De cara, dois assuntos são considerados proibidos pela crônica esportiva até hoje, mesmo com a indubitável lembrança, quando certos acontecimentos recentes ativam as memórias antigas. Um dos episódios tradicionalmente “esquecidos” em debates é o pânico ocorrido na reinauguração da Fonte Nova – em 04.03.1971, com ampliação de mais um anel, aumentando a capacidade de torcedores – cujos dados (oficiais) de vítimas é de 2 mortos e 2086 feridos. O desastre de novembro de 2007 obrigou apenas menções tímidas, de uma época em que os impactos da tragédia teriam que ser minimizados, pois estava em jogo a propaganda oficial do Regime Militar (contando com os elementos do futebol como instrumento de manipulação social), a imagem administrativa do governo de Luís Viana Filho (pois esta obra serviria como cartão postal em consultas futuras sobre sua gestão), além dos próprios anseios da imprensa em aproveitar a estrutura colossal do estádio (o 4º maior do país na época) para tentar alavancar o futebol baiano.
Ultimamente se assiste uma verdadeira via-crúcis do Bahia na procura de uma praça esportiva adequada para mandar seus jogos. Camaçari e Feira de Santana foram reprovados pela torcida. Já se cogitou o Estádio Lourival Batista (Aracaju), e até passou por humilhações ao solicitar, sem sucesso, o Manoel Barradas. Mas enquanto os “eternos” tricolores correm os pires, incrivelmente, ninguém “lembra” que em 1971, as vésperas da reinauguração da Fonte Nova, o Bahia chegou oficialmente anunciar a construção do seu estádio, numa área onde hoje estão instalados desde o Shopping Iguatemi, até os limites do terreno do Grupo Wall Mart, que controla a rede de supermercados Bompreço. Numa nota observada na edição de A TARDE em 06.05.1971 (Pág. 11), dava conta da existência de uma placa com anúncio no suposto local da edificação.
Uma leitura pelo Jornal da Bahia em sua edição de 23/24 de maio daquele ano, por exemplo, evidencia que tratava-se de uma obra grandiosa, capaz de um reordenamento no mapa das principais praças esportivas, não somente do Brasil, mas de todo o planeta. E não era de causar dúvidas quanto ao sucesso do empreendimento. Afinal, ao contrário de hoje, o Bahia não era um clube qualquer. A agremiação colhia os louros do reconhecimento no país, detentora da hegemonia no Norte-Nordeste. Onze anos apenas separava da noite de 29 de março de 1960, quando levantou o troféu da I Taça Brasil, sendo daí o primeiro a participar da Taça Libertadores da América. Não por acaso o Bahia, juntamente com o Santa Cruz (coincidentemente vivendo intermináveis crises institucionais na atualidade), eram as únicas associações nordestinas a marcarem presença anual no Torneio Roberto Gomes Pedrosa (o Robertão – espécie de campeonato brasileiro até 1971), o que levava a imprensa na época a tratar o Esporte Clube Bahia como uma espécie de embaixador do futebol baiano, num momento em que celebrava o seu quadragésimo aniversário. Estou até desenvolvendo um pensamento no qual, o Bahia pode ter sido o principal motivo para a rearrumação no ranking nacional iniciado neste mesmo ano pela antiga CBD (e ainda hoje em vigor), pois estava sendo densoroso para a paulistada e a cariocada tamanha coleção de pioneirismos cabendo a um clube do Nordeste, ofuscando certos méritos que poderiam abrigar, por exemplo, num Santos, num Botafogo, tão decantados em prosa e versos pelo mundo.
O estádio teria capacidade para 110.000 pessoas sentadas (perderia em tamanho apenas para o Maracanã) e o prazo para a execução da obra era de 23 meses. Ou seja: inauguração prevista para os primeiros dias de 1973. O que mais chama atenção na montagem desta engenharia é a forma inédita quanto a arregimentação de parceiros, praticamente sem ônus para o Esporte Clube Bahia. Conforme reportagem do Jornal A TARDE, em 14 de abril de 1971, na construção do “Estádio Tricolor” (termo inicialmente batizado para o projeto), caberia a construtora responsável (Norberto Odebrecht) a compra do terreno (na época custou Cr$ 6 milhões), a edificação do equipamento, e ainda a venda de cadeiras cativas, no sentido de garantir os recursos. Pelo acordo, os acentos (em torno de 10.000) seriam de propriedade da construtora, cujo comprador teria a posse vitalícia e hereditária, podendo-o vender, transferir, etc., em momento que julgar conveniente. Teria também 5.000 vagas exclusivas para automóveis, das quais 1.000 seriam vendidas ao público que, automaticamente, ganharia direito de exploração por uma década, e ainda a prioridade na renovação do vínculo, caso o prazo expirasse. Diz o periódico na data supracitada, alicerçado em declarações do então diretor de patrimônio do Bahia, Engº Hélio Pereira: “o clube escolheu um processo pioneiro para a construção do seu estádio. Enquanto o São Paulo F.C e o E.C Internacional empenharam-se diretamente na construção do Beira Rio e do Morumbi, com isto prejudicando outros setores de atividades, inclusive o nível do seu futebol, o Bahia preferiu aliar-se a uma empresa privada, com estrutura já montada para suportar equipamento de tal vulto”. Em outras palavras, a Construtora Norberto Odebrecht se preocuparia com a materialização do projeto, enquanto o Bahia – além de não gastar um tostão – continuaria com as suas atenções voltadas apenas para o futebol e outras modalidades esportivas.
Os jornais da época deixam em evidência que o então presidente do Bahia – ao contrário do que informa o site oficial tricolor, não sabendo se por engano ou conveniência – era Alfredo Saad, que posava de mecenas tricolor e, consequentemente do futebol baiano, mas que saiu do clube ainda em 1971 sob fortes acusações quanto a seus procedimentos administrativos, deixando o cargo para o seu sucessor, Manoel Inácio Paula Filho, cuja diretoria orbitava figuras já carimbadas nas hostes azul, vermelha e branca, a exemplo de Osório Villas Boas, Zezito Ramos, e um certo Paulo Virgilio Maracajá Pereira, futuro diretor de futebol, já no mandato de Wilson Trindade.
Existiam rumores de que o Governo da Bahia não apoiava a edificação do estádio, provavelmente porque, uma vez ativado, o “Estádio Tricolor” ofuscaria a recém reformada Vila Olímpica da Bahia, embora nenhum clube baiano ainda possuísse praça esportiva própria. Mesmo assim, o Jornal A TARDE de 6 de maio de 1971 noticia o encontro do Engº Norberto Odebrecht e diretores do Bahia com o então governador Antônio Carlos Magalhães, no qual ficou acordado o acionamento do prefeito Cleriston Andrade para autorizar burocraticamente o início dos trabalhos, além do batismo do estádio com o nome do governador. Uma grande campanha de lançamento a ser veiculada em todos os meios de comunicação de massa também foi prometida, onde a ajuda do torcedor seria peça fundamental (obviamente com a compra das cadeiras cativas e das vagas extras do estacionamento).
Em meio a essas pesquisas (centradas nos meses de fevereiro de 1971 até o início do ano seguinte) algo me causou profunda estranheza: enquanto o tempo ia passando no folheamento dos periódicos consultados, enquanto que o pobre torcedor ia provavelmente delirando com o anúncio do lançamento da pedra fundamental de uma obra que transformaria para sempre a história do seu clube, as notícias referentes ao tema iam gradativamente se esvaziando. O que se falava com grande estardalhaço no começo, aos poucos se resumia em pequenas notas de canto de páginas e, posteriormente, não mais se mencionando qualquer linha acerca do assunto. Dava-se como certo o início dos trabalhos das caçambas e tratores o mês de maio, depois julho, em seguida setembro, outubro, janeiro / 72... Ao final da consulta, a impressão era de que o assunto não existia.
Provavelmente o caro leitor deve estar esperando ansiosamente por um desfecho dessas linhas. Mas infelizmente este texto ficará inconcluso, até porque, a cada leitura nos periódicos da época iam se minguando as certezas e aumentando as dúvidas sobre este nebuloso episódio, ainda mais que, como dito anteriormente, o Bahia não gastaria um vintém nesta obra. Estou colocando o assunto em pauta visando o estímulo nas discussões. Continuo sempre que posso escarafunchando documentos na esperança de esclarecer algo que pode servir de somatório neste processo de decadência do clube. E peço a cada um de vocês a colaboração de importantes detalhes pra que possamos aqui montar o quebra-cabeças. É preciso o conhecimento, por exemplo, sobre o destino dos recursos com a provável venda de cadeiras cativas; se o Bahia foi compensado financeiramente pelo uso aleatório de sua marca; é de bom alvitre também a compreensão de como aquele terreno, de uma hora para outra, foi parar nas mãos dos representantes da Nacional Iguatemi, além do grupo liderado pelo Sr. Mamede Paes Mendonça; enfim, quaisquer detalhes que levaram ao silencio dos “eternos dirigentes”, dos “formadores de opinião”, da Construtora Norberto Odebrecht, do Estado da Bahia, dentre outros que certamente mudaram a trajetória de um processo que garantiria a auto-sustentabilidade financeira tricolor. Em outras palavras, não pretendo pôr fim a esta discussão, e sim volta-la em breve, com a contribuição de todos.
A certeza mesmo que fica é a de que, com o anúncio da construção do “Estádio Tricolor”, ou como alguns queiram "Estádio Antônio Carlos Magalhães" – sem que tivessem a noção exata de sua viabilidade, ou se tinha, mas o estardalhaço servindo como meio apenas de valorizar o terreno para outros fins imobiliários – a torcida tricolor na época foi utilizada como massa de manobra, como brinquedo pelos dirigentes da época, alguns hoje ainda em atividade, comportando-se como se nada tivesse ocorrido. E nem mesmo Pelé (ele mesmo) escapou deste tipo de engodo, já que, ao tomar conhecimento do projeto e da maquete da obra, prometera a Alfredo Saad não somente vir à inauguração da praça esportiva, como também atuar com a camisa do Esporte Clube Bahia no dia festivo que nunca chegou, conforme registrado no Jornal da Bahia, em 7 de abril de 1971 (Pág.6).
IMAGEM: Jornal A TARDE: Quinta feira (06.05.1971) - Coluna "Fora das Manchetes" - Pág. 11.